A Academia Sueca atribuiu hoje o Prémio Nobel da Literatura ao escritor peruano Mario Vargas Llosa.
Autor de obras como "Conversa na Catedral", "Pantaleão e as visitadoras", "A festa do bode" e "Travessuras da menina má", Llosa, de 74 anos, foi o vencedor do Prémio Cervantes, o mais importante da literatura em língua espanhola, em 1994. Isto para além de outras distinções de que foi alvo ao longo da sua carreira.
O escritor peruano foi distinguido por uma escrita que faz a "cartografia das estruturas do poder", justificou hoje a Academia Sueca. O organismo elogiou ainda um autor cuja obra revela "imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo".
É a 11.ª vez que o Nobel da Literatura é atribuído a um autor em língua espanhola, com Vargas Llosa a juntar-se a uma galeria de laureados como Camilo Jose Cela (1989), Gabriel Garcia Marquez (1982), Pablo Neruda (1971) e Gabriela Mistral (1945).
"É um grande escritor sul-americano (...) realmente um autor de romances que nos marcaram a todos nós", declarou, dando como exemplo as obras "Conversa na Catedral" (1969) e "A Festa do Chibo" (2000), que considerou "um livro extraordinário".
Mário Soares disse ainda que Vargas Llosa "merece o Nobel da Literatura".
"Conheço-o muito bem. Encontrei-o várias vezes, em diversas circunstâncias. Tenho por ele muita estima, respeito e admiração", comentou ainda o ex-Chefe de Estado.
Por outro lado, fez questão de recordar o activismo político do autor de origem peruana que se deslocou para Espanha e pediu a nacionalidade daquele país ibérico na sequência da contestação ao regime de Alberto Fujimori.
"Foi candidato à presidência no Peru em circunstâncias difíceis. Não ganhou, mas foi um acto de coragem política importante", sublinhou Mário Soares.