A MORTE À ESPREITA As expectativas em relação ao campeonato eram elevadas e foram cumpridas: ondas gigantes e perfeitas, vento fraco, melhores atletas do mundo, sol, calor e muita adrenalina. O formato é diferente dos campeonatos de surf habituais. Aqui só participam 28 atletas convidados e existem apenas duas rondas, cada uma com quatro baterias (com a duração de uma hora) de sete surfistas. Dentro de água, o objectivo é descer a onda maior e mais ameaçadora sem cair. "De fora até parece fácil", comenta um espectador surfista, "mas isto é realmente perigoso." "Muitas pessoas já morreram aqui", acrescenta. A pontuação atribuída pelos júris é de 1 a 100. Para a classificação, contam as duas melhores ondas de cada uma das rondas.
SO LONG, SLATER Este ano, e quando quase todos apostavam na vitória de Kelly Slater, Greg Long, um surfista californiano novato no evento, surpreendeu a audiência. Fez 100 pontos, a nota máxima, numa das maiores ondas do dia e levou para casa 55 mil dólares [37 mil euros]. "É um sonho tornado realidade", disse Long, de 24 anos, na entrega de prémios. "Estou aqui e quero ir verificar as pontuações para ter mesmo a certeza de que ninguém me vai tirar a vitória". Ao pódio foram ainda Slater (vencedor em 2002) e Sunny Garcia, em terceiro, Bruce Irons (vencedor do último evento realizado em Dezembro de 2004), em quarto, e Ramon Navarro, em quinto. Natural do Chile e filho de um pescador, Navarro ganhou o prémio "Monster Drop Award", atribuído ao que apanha a maior onda na zona mais crítica.
AGITAÇÃO A MAIS Desde domingo que a agitação é enorme. Estradas cortadas, o mar a chegar às casas mais perto da praia, filas de trânsito intermináveis, pessoas a dormir em tendas dentro de carrinhas de caixa aberta para reservarem os melhores lugares. No Havai, dia de mar grande é como o Carnaval no Brasil: ninguém trabalha e sai tudo para a rua.
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