A vinte e quatro de Abril de 1974, nas vésperas do 25 de Abril, Portugal era um país profundamente antiquado e retrógrado. Era considerado, pela Comunidade Internacional, como o último império colonial do mundo ocidental, travava uma guerra em três frentes africanas, solidamente apoiadas pelo Terceiro Mundo e fazia face a sucessivas condenações nas Nações Unidas.
Para os mais jovens deverá ser difícil imaginar o que era viver em Portugal há trinta e cinco anos.
Era rara a família que não tinha alguém a combater em África, a duração do serviço militar era de três anos, a expressão e manifestação pública de opiniões contra o regime e contra a guerra era severamente reprimida pelos aparelhos policiais, os partidos e movimentos políticos encontravam-se proibidos, as prisões políticas cheias, os líderes oposicionistas exilados, os sindicatos fortemente controlados, a greve interdita, o despedimento dos trabalhadores era facilitado, a vida cultural apertadamente fiscalizada, as injustiças sociais eram muito grandes e persistia o atraso económico e cultural.
Hoje, Portugal está diferente e está melhor, os Direitos, Liberdades e Garantias estão consagrados Constitucionalmente, a nossa Democracia está cada vez mais amadurecida e estável, respeitando os princípios que devem reger um verdadeiro Estado de Direito Democrático, e em consonância com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, sendo que a Democracia Participativa é uma realidade cada vez mais clara e cimentada.
Foi este o espírito que conduziu ao 25 de Abril e é este o património que cada um de nós deve defender no presente, para que seja perpetuado no futuro.